Reflexões Meus Alunos Como parte do Projecto Globais « Um Dia na Minha Vida: Viver sob da Covid-19 »

Par Juan Pinheiro Tardin
Mai 6th, 2020

As seguintes reflexões estudantis foram apresentadas pelos meus alunos como parte do Projecto Globais Histórias de Estudantes: Um Dia na Minha Vida: Viver sob a Pandemia da Covid-19. Os meus alunos estão ansiosos por ler as reflexões dos seus colegas de outras escolas jesuítas de todo o mundo.

Um dia na minha vida: Fernando, 15, Colégio Anchieta Nova Friburgo, Brasil

O meu dia normal durante  pandemia tem sido basicamente acordar por volta de 9h, tomar um café e ir fazer as atividades que são propostas pelos professores. Depois disso tudo eu procuro ir fazer uma atividade física ou algo parecido, para manter  o corpo em movimento .

Tenho ajudado o meu pai a cuidar da casa, principalmente da horta e da cerâmica onde ele trabalha, e por fim, faço os afazeres de casa .

Ás 18h nos reunimos para um momento de oração e reflexão, a noite preparamos juntos o jantar,  normalmente no fogão a lenha.

A crise do covid-19 afetou principalmente na economia do país,  pois ela praticamente parou e eu espero que as pessoas entendam que essa é a hora de todos nós nos ajudarmos.

 

Um dia na minha vida: Isadora, 16, Colégio Anchieta Nova Friburgo, Brasil

Desde que tudo começou não vem sendo fácil, o impacto do Coronavírus mudou completamente a minha rotina. Eu estava acostumada a acordar cedo e ir para a escola e só voltar bem tarde para casa, não passava muita tempo em casa com a minha família durante a semana, apenas nos finais de semana. Bom, agora eu acordo e vou fazer as minhas tarefas da escola online, e acaba sendo muito repetitivo.

É visível que grande parte da população global adotou as medidas de prevenção, mas ainda existem aqueles que não estão vendo a seriedade do problema. Acredito que essa pandemia nos ajudou a viver realmente em comunidade, cujo ninguém é melhor que ninguém, e estamos todos passando pela mesma situação.

Também acho importante dizer que a maior parte do país não estava preocupada com a forma como isso poderia nos afetar, quando ouvimos falar sobre isso pela primeira vez. E agora não sabemos que rumo isso vai tomar e quando vai acabar, ou seja, o futuro é incerto para todos. E eu espero ansiosamente pra tudo isso ter um fim logo.

Acho que o esforço que todos estão fazendo para trabalhar juntos e resolver o problema é um presente de Deus. Acredito que tudo faz parte de um propósito planejado por Ele, com motivos e razões que só vamos descobrir quando tudo acabar e com o coração aberto.

 

Um dia na minha vida: Ana Lívia, 16, Colégio Anchieta Nova Friburgo, Brasil

Desde o surgimento do COVID-19, meu país tem começado a enfrentar um número cada vez maior de casos e o nosso presidente não tem feito muito para ajudar, porém, a população tem buscado ficar em casa, e eu, também. Minha rotina mudou drasticamente devido essa quarentena, mas tenho procurado ao máximo otimizar esse tempo, faço minhas lições, leio, medito, pratico esportes etc. E mesmo que a procrastinação seja um desafio muito grande para mim, tento pensar em métodos que me ajudar a enfrentar isso. Um dos maiores dons e graças dessa situação tem sido o fato de poder ter mais tempo para passar com a minha família, e conhecê-los melhor, além de me auto conhecer (uma das formas que posso me conectar com Deus). E creio que esse tempo que estamos passando serve como aprendizado diante de inúmeros erros que nós humanos cometemos diariamente, servindo como um momento em que o mundo estava necessitando para parar e refletir sobre diversos assuntos, e por mais que isso seja algo bom, fico triste que pessoas tenham que morrer como consequência disso tudo. A sociedade neste momento deve aprender principalmente sobre ter empatia, pensar nos outros e ajudá-los da melhor forma possível, ou seja, fazer a sua parte como ser humano para que o número de óbitos não continue a crescer com tanta velocidade. Me preocupo diariamente sobre até quando vamos ficar nessa situação, e quantas pessoas ainda devem morrer para que a população mundial deixe de lado suas diferenças, crenças e ignorâncias e busque se preocupar com o próximo e leve esta pandemia a sério. Espero que as nações se unam neste momento e busquem se apoiar para que tudo passe mais rápido, também espero que o mundo não seja mais o mesmo depois dessa pandemia, e que tenha mudado, para melhor.

 

Um dia na minha vida: Marcelle, 15, Colégio Anchieta Nova Friburgo, Brasil

Desde o primeiro caso confirmado no Brasil, eu pensava que o Coronavírus não seria tão importante, mas levei a sério. Eu pensei que as pessoas fariam ao mesmo. Agora faz mais de um mês desde a suspensão das minhas aulas. As coisas aconteceram muito de repente, não tive tempo de me despedir dos meus amigos, professores ou familiares. Estou em casa fazendo tudo o que eu posso para tudo isso passar o mais rápido o possível. Apesar do que as autoridades sanitárias estão recomendando, o isolamento social, muitas pessoas estão desrespeitando essa ordem e colocando em risco sua própria saúde.

De uma hora para outra, ganhamos uma nova rotina. Aulas online, exercícios físicos dentro de casa, noticiários com números de casos e mortes novos a cada dia, insônia e várias outras novas situações no nosso dia a dia.

O medo da pandemia pode explicar por que as pessoas estão entrando em pânico e fazendo coisas absurdas para se proteger, mas isso não explica o fato de estarem comprando várias coisas em excesso sem pensar nos outros. A única coisa que podemos fazer para diminuir a propagação do vírus é seguir as regras dos profissionais de saúde. Isso tudo vai passar e eu espero que o mais rápido possível.

 

Um dia na minha vida: Maria Cecília, 16, Colégio Anchieta Nova Friburgo, Brasil

Minha vida de cabeça para baixo durante a quarentena: Passei de uma pessoa que usava o próprio quarto, somente para dormir, para agora quase que literalmente morar nele. Passei a ter mais oportunidades de curtir a família, de refletir sobre o futuro e sobre crenças, mas também todo esse tempo inicialmente me assustava. Na verdade, o que mais assusta é não ter a perspectiva de quando tudo voltará a ser normal.

Durante o período da quarentena, consegui descobrir fatos bem interessantes, descobri que não necessito de diversas coisas que anteriormente julgava essenciais, descobri que as pessoas, quando unidas, podem fazer coisas incríveis, descobri que a definição de normal é bem questionável quando se trata de vida em sociedade, também descobri uma palavra incrível para este período que passamos: Empatia (que significa a capacidade para sentir o que sentiria outra pessoa caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela).

Então, que todos tenham empatia para sentir com o coração do outro e perceber que neste momento se isolar não está ligado a ser egoísta e sim o contrário, está ligado a proteger todos os que são mais frágeis e vulneráveis.