Companhia de Jesus: 470 anos de história no Brasil

Por LISIANE MOSSMANN
Abr 9th, 2019

Brasil, 29 de março de 1549. Desembarcam em Arraial do Pereira, na Baía de Todos Santos, os jesuítas Manoel da Nóbrega, Antônio Pires, Leonardo Nunes, João de Azpilcueta e os irmãos Vicente Rodrigues e Diogo Jácome. Viajaram por 56 dias, de Portugal até o Brasil, acompanhados por Tomé de Sousa – primeiro governador-geral do Brasil – e outros membros da comitiva portuguesa.

Os jesuítas chegavam com a missão de transmitir a doutrina cristã e de ampliar o alcance do cristianismo no mundo. A evangelização e a implantação das primeiras igrejas foram apenas algumas das grandes influências e marcos históricos e sociais trazidos pela Companhia de Jesus ao Brasil: ela também viria a se destacar com a fundação das primeiras cidades e escolas. Exemplo disso ocorreu em 1554, quando alguns jesuítas – entre eles, padre José de Anchieta, SJ – fundaram o Colégio de São Paulo de Piratininga, que deu origem à cidade de São Paulo.

No Piauí, há informações sobre os jesuítas desde 1607, mas eram missionários de passagem rumo ao Maranhão. O governo de Pernambuco, na época, procurou a Ordem para a criação de uma missão em terras maranhenses. Segundo registros, a Companhia começou a desenvolver suas atividades missionárias na região em 1696, a partir da comunidade fixada na Serra da Ibiapaba. A herança deixada pelo sertanista Domingos Afonso, o Mafrense, ajudou, então, os jesuítas a se fixarem terras piauienses, em 1711.

Em 1759, eles são expulsos do Brasil. Marquês de Pombal acusou os jesuítas de conspirar contra o Estado, expulsou-os de Portugal e de seus domínios, confiscando seus bens. A França, a Espanha e os demais países europeus adotaram a mesma medida, e o próprio Vaticano extinguiu a Ordem em 1773. A Companhia somente é restaurada em 1814, pelo papa Pio VII, e os jesuítas retornaram ao Brasil em 1842. Ao Piauí, regressaram em 1960, quando assumiram a direção do Colégio Diocesano.

Desde então, inúmeras obras da Companhia de Jesus foram surgindo em todo o território nacional, abrangendo os campos educacional, social e espiritual. Sempre guiados pelos ensinamentos de Santo Inácio de Loyola, SJ, fundador da companhia. Essas obras têm como missão promover a transformação da sociedade por meio da espiritualidade, da promoção social, do diálogo intercultural e inter-religioso, do serviço da fé e da promoção da justiça.

Hoje, no Brasil, ao todo são 18 escolas voltadas para a Educação Básica. Elas integram, desde 2014, a Rede Jesuíta de Educação (RJE), criada com o intuito de unificar e alinhar as obras do ensino básico. Além disso, a Companhia de Jesus ainda atua fortemente na área de Educação Popular, desenvolvendo ações com comunidades locais e, no Ensino Superior, mantendo seis universidades e faculdades.

Já no campo social, são 49 unidades com promoção de ações socioeducativas e sociais, que vão desde concessões e gestão de bolsas de estudo a projetos e serviços sociais de incidência socioambiental direta. Por fim, a Companhia de Jesus ainda mantém Centros de Juventude, que proporcionam a formação integral do jovem por meio de vivências da vocação em Cristo.

Em Teresina, estão cinco das obras brasileiras. São elas: Colégio Diocesano, Diocesano Infantil, Escola Padre Arrupe, Escola Santo Afonso Rodriguez e o Centro Social Padre Arrupe. “Atingimos em torno de 2.500 crianças e adolescentes. Todos eles são instruídos de acordo com a missão da Companhia: formar pessoas melhores para fazer o mundo melhor. Já no Projeto Social Padre Arrupe, são quase 700 idosos que participam das atividades voltadas para a valorização da vida, para o bem das pessoas e da sociedade”, ressalta o diretor geral, padre Vicente Zorzo, SJ.

Saiba mais clicando aqui e aqui!

Com informações do portal Jesuítas