Os meus alunos reflectem parte 2 – Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Portugal

By Raquel Costa
May 23rd, 2020

As seguintes reflexões estudantis foram apresentadas pelos meus alunos como parte do Projecto Globais Histórias de Estudantes: Um Dia na Minha Vida: Viver sob a Pandemia da Covid-19. Os meus alunos estão ansiosos por ler as reflexões dos seus colegas de outras escolas jesuítas de todo o mundo.

 

Um dia na minha vida: Fernando, 16, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Portugal

Olá, com esta reflexão irei partilhar como estou a viver este período completamente diferente da minha vida e no que tenho pensado durante a quarentena.

Hoje é sábado, mais precisamente 2 de maio de 2020.Cá em Portugal as escolas fecharam dia 16 de março e desde então tem sido uma verdadeira aventura passar o tempo enquanto estamos fechados em casa para tentarmos contribuir para o fim deste vírus. Desde há mais ou menos 3 semanas tenho tido aulas online e por isso, passo a manhã em frente a um computador enquanto escuto o que os professores e os meus colegas têm para me ensinar. De seguida, costumo fazer uma pausa antes de almoço durante a qual entretenho-me com o meu irmão. Após o almoço, regresso ao meu estudo de maneira a realizar todas as tarefas que os professores propuseram para consolidar a matéria lecionada durante a manhã. Depois deste período de estudo vou apanhar um bocado de ar puro enquanto mato as saudades de praticar o meu desporto acompanhado mais uma vez pelo meu irmão. Depois disto, ocupo o meu tempo em família antes, durante e depois do jantar de diversas formas, guardando sempre um bocadinho de tempo para fazer uma pequena oração.

 

Um dia na minha vida: Bruno, 16, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Portugal

Olá, chamo-me Bruno e sou estudante do Instituto Nun’Alvres, tenho 16 anos e tal como tu estou em isolamento social já que lá fora pelos vistos não é de todo o melhor sitio para andar sem preocupações. Eu já me encontro em isolamento social há mais de um mês, porém como deves de imaginar não esta a ser o ponto mais alto de 2020, muitos planos que tinha para o verão foram por água abaixo, com isto de cancelarem festivais e festas populares, os dias na praia também não me parece que tão cedo voltem a ser os mesmos, as saídas à noite para bares parecem-me tão distantes da realidade, mas acima de tudo o abraço parece-me cada vez mais distante, o simples tocar nunca pensei que me fosse fazer tanta falta e talvez não tivesse essa ideia de necessidade por nunca ter passado por isto, o toque era algo vulgar sem muita importância, não era algo que sentíssemos necessidade, mas porquê?! Porque o fazíamos sem darmos conta, ja saía por instinto, abraçarmos um amigo, dar-lhe um empurrão na brincadeira, tantas coisas que nós nunca sentimos a importância de o fazer e que agora parecem tão importantes, agora só nos resta reavivarmos memórias, muitas delas já quase esquecidas porque pensávamos que este ano viriam ainda melhores e só pensávamos nas que ainda estavam para vir, só nos resta ligarmos a câmara do telemóvel e vermos quem mais queremos neste momento.

Apesar disto tudo, eu dou graças a Deus por estar do meu lado, fico imensamente feliz por não estar infetado, porque sim, desta vez eu não vou dar valor as coisas quando já for tarde, agora eu comecei a dar valor as coisas quando as tenho e não quando já não as tenho, agora agradeço pelas memórias que tenho, agradeço pela família que tenho, agradeço por ter a possibilidade de poder ver amigos apesar de não lhes poder tocar, agradeço por tudo o que me está a ser proporcionado, porque eu não sei quando é que posso ficar infetado com este vírus; como ninguém o sabe, por isso prefiro aproveitar o que tenho agora porque nunca se sabe quando é que posso deixar de ter, eu daqui a uma semana faço anos e estava em baixo porque não ia ter a festa que eu queria ter com os meus amigos, mas depois caí em mim e pensei, “eu estou a ser tão egoísta” e a verdade é que estava mesmo, há pessoas a sofrer por causa de estarem infetadas ou por terem perdido membros da família e eu aqui triste por ter uma festa de anos sem amigos, a verdade é que agora, apesar de diferente, estou muito mais feliz por fazer 17 anos com saúde.

 

Um dia na minha vida: André, 17, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Portugal

Receio, frustração e amor são os três pilares do meu confinamento. Misteriosamente contraditórios e instáveis, estes três sentimentos estão a transmitir sabedoria, paciência e conhecimento durante uma fase das nossas vidas que ninguém previu e nem podia prever, mas a realidade é que estamos dentro dos acontecimentos e não podemos olhar pro passado arrependidos e constantemente nos repetir na cabeça « e se eu… se isto… se aquilo », não! Numa constância intemporal e solitária mantenho-me focado em novos objetivos que, temos todos que estabelecer porque as vidas nunca serão as mesmas, quer o queiramos ou não, ritmam o meu dia-a-dia em previsão de um futuro favorável a felicidade, compaixão, solidariedade.

Esta minha escrita faz-me ir ao mais profundo de mim, mas ao contrário do que era antes, agora já é um caminho efetuado todos os dias através da reflexão e meditação. Antes deste novo capítulo entrar no livro histórico da sociedade eu estava regularmente distanciado do « eu » interior mas atualmente estou, felizmente numa conexão espiritual total e sucessiva.

«Constância » é a palavra recorrida repetitivamente ao longo das frases porque é uma pura realidade. Estou, estamos numa constância. Essa é condicionada por cada um, no meu caso é uma constante reflexão. Olhar o levantar e por do sol, as nuvens, o céu o meu reflexo no espelho, são estas os diferentes contextos que ocorram ao longo de todo(s) o(s) dia(s) e que agradeço a Deus de poder me ter proporcionado esta sorte de me reencontrar.

Amor é um dos pilares como foi referido no início desta reflexão. Amor relacionado com os meus familiares, amigos, mas também é um amor relacionado com a natureza e a vida! Em toda tela escura existe sempre uma luz, só é preciso ter a capacidade de se retirar, abstrair-se e encontrá-la!

Frustração é consequência do receio do que pode vir a acontecer… E de me sentir incapaz de agir. Frustrado por não poder ver o meu pai há muitos meses e nada poder fazer para o voltar a ver, frustrado de não poder dar o apoio e mimo aos meus próximos que usualmente dou e frustrado de não poder sentir e amar a pessoa que amo, frustrado de não poder apoiar e acompanhar a minha avó por estar num lar… Inicialmente, a minha mente e os meus sentimentos estavam a presenciar um duelo perante o receio e o amor porém, felizmente, esse duelo foi terminado com uma superioridade do amor, do amor a VIDA.

Caro leitor, espero que eu tenha conseguido transmitir o valor fundamental dos meus sentimentos durante esta quarentena, perante todos estes acontecimentos. E não se esqueça, quando a tela vos parecer completamente escura abstraia-se, encontre-se consigo mesmo com amor irá descobrir que existe sempre um pouco de luz.

 

Um dia na minha vida: Inês, 16, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Portugal

Eu, tal como todos os meus colegas, e não só, estamos de quarentena devido à pandemia do Covid-19. Como estou a viver esta quarentena? Pessoalmente achei que seria mais complicado, uma vez que sou uma pessoa que passa muito pouco tempo em casa. Estou surpreendida da maneira que está a correr. Não existiram discussões com a minha mãe como numa semana normal de aulas existia, sinto me menos estressada, talvez seja essa a razão pela qual não existiram as ditas discussões.

Esta quarentena fez-me descobrir mais sobre mim própria e tomar várias decisões. Descobri o gosto por puzzles, por designer, e até comecei a fazer roupa para mim com uma máquina de costura. Em relação às decisões cheguei a conclusão de vários erros que cometi e que me fizeram perder coisas que eram importantes na minha vida, por outro lado está a servir para organizar melhor as coisas na minha cabeça e decidir o que quero para o meu futuro.

Não vou dizer que estou a respeitar totalmente as normas, porque todos os dias saio de casa, não para me cruzar com pessoas, mas tentei manter o ritmo das corridas. Como tenho mais tempo, optei por concentrar-me mais em mim e começar a praticar desporto todos os dias. Não sinto que a quarentena me esteja a afastar das pessoas que gosto, porque hoje em dia temos as redes sociais e isso vai dando para manter contato, mesmo que não seja a mesma coisa.

Sinto falta da minha rotina, mas existem apenas quatro coisas que me estão a fazer mesmo falta nesta quarentena que são os meus avos, de vê-los de enchê-los de beijinhos, comer a comida deles, dos abraços; sinto falta de estar com os meus primos, o meu afilhado e os meus amigos, falta dos escuteiros e falta do meu pai. Já estava habituada a que ele não estivesse sempre presente porque também trabalha muito para fora. Mas agora ainda mais com esta situação não pode estar em contacto comigo como eu e ele gostaríamos.

Esta situação assusta-me porque vejo na minha família gente que já foi despedida e gente que não sabe o que o espera no dia de amanhã.

O país está a atravessar uma fase complicada, mas o pior ainda está para vir.

Acredito que após isto todos nós vamos estar mudados, vamos ver as coisas de maneira diferente e o que por exemplo era um simples abraço vai ser muito mais do que isso. Por outro lado sinto que estou a perder muita coisa, os meus avós neste momento deviam estar a aproveitar os últimos anos das suas vidas e com esta situação tem de estar em casa sem visitas, isto magoa-me porque queria estar presente, e tenho medo que partam mais cedo que o que eu espero e depois eu me sinta mal por muita coisa que não tive oportunidade de fazer e dizer. O resto, nós somos novos temos a vida toda pela frente para fazermos o que ainda não tivemos oportunidade.

 

Um dia na minha vida: Henrique G, 16, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Portugal

No dia 18 de março de 2020 foi decretado o estado de emergência em Portugal. Desde aí, vi um pânico sem antecedentes na vida de grande parte dos meus familiares, amigos e colegas. O mesmo não aconteceu na minha vida, pelo contrário, alguns aspetos no meu quotidiano melhoraram.

Notei um aumento exponencial no meu tempo útil. Antes, as viagens de ida e volta para a escola, mesmo que curta, ocupava tempo. Contando com o tempo que passava na escola, e outro tipo de atividades que agora nos foram interditas ganhei cerca de 30 horas semanais. Para mim, essa liberdade temporal é infinitamente mais importante que a liberdade de movimento e de saída. Tirando as nossas aulas síncronas, que me ocupam cerca de 14 horas semanais, e as 56 horas em que durmo, tenho cerca de 98 horas semanais, ou seja, 14 diárias livres. Nessas horas livres, cumpro os trabalhos propostos pelas professoras de forma eficaz e rápida. Tenho mais tempo para mim.

Cumpro um plano de atividade física, tenho mais tempo para cozinhar refeições mais saudáveis, estudo mais, passo mais tempo a ver documentários e investigar diversos assuntos, e, talvez o mais importante, passo mais tempo com os meus avos. Esta quarentena permitiu me melhorar fisicamente e intelectualmente.

A nível social, admito que também não me senti afetado. Visto que não sou uma pessoa de sair todos os dias, não me senti afetado de todo. No máximo saia duas ou três vezes por semana, para estar com a minha namorada e nesta quarentena, limitei-me a estar com ela de 14 em 14 dias para manter um nível de segurança.

Para concluir, a minha quarentena tem sido muito produtiva, permitiu me desenvolver me intelectualmente e fisicamente.

 

Um dia na minha vida: Catarina, 16, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Portugal

Hoje é dia 29 de abril, a minha escola fechou devido à pandemia do Covid-19 dia 13 de março, por isso já me passou muita coisa pela cabeça.

Tivemos dias de trabalho assíncrono até às férias da Páscoa que não foi como costume, apenas tivemos um almoço como no nosso dia a dia.

Algo que me difere provavelmente de muitos nesta situação é os meus pais não estarem em casa a trabalhar, estão sujeitos a tudo isto que por um lado é algo que me assusta mas também é algo que alguém tem que o fazer, afinal o consumo ainda existe e a economia não pode parar.

Como já tinha dito já me passaram muitas coisas pela cabeça entre elas gravar os meus dias para que mais tarde possa revê-los, no entanto foi algo que não durou muito tempo sentia-me muito presa a levar a câmara de uma divisão para a outra e a relatar tudo o que fazia pois era quase sempre o mesmo a única coisa o que mudava eram os meus pensamentos (algo que também relatava) por isso decidi ficar só com as memórias destes momentos e aderir a este projeto.

A nível de aprendizagem pessoal descobri que devia organizar muito melhor os meus dias, mas não tem sido fácil. A vontade de acordar e ver pessoas através de um ecrã é pouca, apesar de ser o único contacto possível que tenho com elas, percebi que consigo ser a pessoa mais preguiçosa do mundo e que o que me motiva é ter os meus amigos ao meu lado apenas a serem eles próprios e a mostrarem me mais do que eu posso ser, mesmo sem eles saberem.

Concluindo, espero que daqui em diante venham dias melhores.

 

Um dia na minha vida: Gonçalo, 16, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Portugal

O surgimento e a forma rápida que esta epidemia se alastrou no mundo não nos pode assustar e intimidar e esse é o desafio de todos nós.

Quando começamos a ouvir falar do coronavírus nunca ninguém pensou que íamos chegar ao ponto de estarmos mais de um mês em casa fechados, ter aulas virtuais ou não conseguirmos festejar datas importantes para nós e para o país, e isto pode ser a nossa realidade nos próximos meses.

A minha maior preocupação em relação ao país é que ele passe novamente por uma crise como a de 2008 que afetou muita gente e pode destruir os tempos de maior investimento e de maior turismo que Portugal estava a viver.

Além dos desafios que eu já referi acho que temos outros também importantes como o trabalho através de casa, que é uma coisa que muita gente não estava habituada e que algumas pessoas têm dificuldade neste novo estilo de trabalho, a tentação de sair de casa que para os mais jovens é um bocado difícil de superar ou para as pessoas que foram despedidas durante este período obterem rendimentos para si e para a sua família.

Mas, qual o impacto deste isolamento social?

Quando ouvi as palavras isolamento social nunca pensei que fossem dois meses em casa sem poder sair e isso teve grande impacto em mim, porque não sou muito de ficar em casa e tive de lidar com isso e aprender a organizar o tempo para poder não pensar no que se estava a passar no mundo.

Com o isolamento social acho que eu e muitas pessoas começamos a dar valor a coisas que fazíamos normalmente como sair com os amigos ou irmos a locais banais mas agora esses locais banais tornaram-se importantes para nós, pelo menos para mim, e acho que se temos de retirar algo positivo do isolamento e a valorização e a importância que as coisas simples tem para nós.

Com esta pandemia percebi que o mundo esta dividido entre dois tipos de pessoas aqueles que respeitam as regras e que tem consciência do momento que estamos a viver, felizmente a maioria, e aqueles que não querem saber das regras e desvalorizam o problema e acho que isto acontece por dois motivos, pela influência dos média e política de um país e posso o dar exemplo do Brasil, que tem um presidente que sai à rua como se nada fosse, sem qualquer tipo de proteção e estando consciente das condições precárias que a maioria dos brasileiros vive, estando mais sujeito a ficar infetados.

Em relação ao futuro acho que nos primeiros tempos a maioria das pessoas vai ter receio de ir para espaços com muita gente ou fazer a sua rotina de antigamente, mas quando descobrirem a vacina acho que vai voltar tudo à normalidade, mas com muito mais precaução e preparação se ocorrer uma segunda vaga.

 

Um dia na minha vida: André, 16, Instituto Nun’Alvres, Colégio das Caldinhas, Portugal

2020 chegou e trouxe uma surpresa no mínimo surreal: do nada, um vírus quase que tirado de um filme de ficção científica chegava para mudar todos os nossos hábitos e rotinas. O mundo travou a fundo, as pessoas resguardaram-se em casa durante meses e tudo o que estava instituído como “normal” nas nossas sociedades passou a ser apenas uma utopia pela qual ansiamos voltamos a tornar realidade.

O que é que poderemos retirar de positivo desta experiência quase que apocalíptica? Em primeiro lugar acho que agora poderemos valorizar com outro sabor as coisas pequenas da vida que tínhamos como garantidas, um simples abraço, um simples aperto de mãos… Realidades tão perto, mas tão distantes…. É um facto que a vida será diferente depois deste vírus estar controlado, mas só depende de nós mudar para melhor ou pior.

Em segundo lugar, que este vírus sirva como aviso da forma como maltratamos este mundo. O mundo parou e a Terra agradeceu: já há 40 anos que os níveis de poluição não estavam tão baixos, os animais regressaram aos sítios em que foram obrigados a fugir por causa da ação do Homem e várias cidades voltaram a ver verdadeiramente o raiar do Sol sem uma imensa nuvem de poluição (Fog) a cobri-lo. Está na altura de realmente tomarmos medidas para pararmos esta nossa autodestruição senão, com os níveis de poluição e radiação que temos, não vai ser um vírus com esta elevada taxa de mortalidade o nosso maior problema.

Como medida de contenção à propagação deste novo vírus, a maior parte do mundo foi obrigada a uma quarentena obrigatório. Felizmente, em muitos países, os números diários da Covid-19 apresentam sinais de esperança e muitos países estão paulatinamente a reabrirem-se fazendo face a uma nova normalidade.

Durante a quarentena e com um acréscimo de tempo livre que tivemos, houve um excelente período para fazer uma reflexão acerca do estado deste Mundo: estava-se a perder o contacto humano, os valores mais íntegros como a solidariedade, o altruísmo estavam a desaparecer ao longo do tempo, cada pessoa estava-se a tornar cada vez mais egocêntrica e individualista… Penso que a conclusão que podemos tirar disto é que, é preciso tomar medidas para combater esta decadência moral na sociedade, e agora é o momento de pôr isso em prática.

Com a reabertura dos países e com o fim da quarentena temos uma oportunidade de eliminar de vez os erros do passado e abrirmos uma porta para o novo futuro e para uma nova

sociedade, unida, íntegra, solidária. Uma grave crise financeira aproxima-se e vai ser necessário estarmos unidos para que todos consigam ultrapassar os tempos de dificuldade com alguma dignidade.

Concluindo, pensemos que o fim desta pandemia nos vai dar uma oportunidade para recomeçarmos de novo e que devemos aproveitar esta mesma oportunidade para valorizar o que temos de bom.