Dois Vídeos e Cinco Ensaios sobre Cidadania Global Concorrem em Nível Internacional – Concurso Anne Frank

Dois vídeos e cinco ensaios sobre temas relacionados à Cidadania Global, produzidos por estudantes da 2ª Série do Ensino Médio do Colégio Loyola, estão participando do Concurso de Ensaios e Vídeos Anne Frank, promovido pelo Serviço Jesuíta de Refugiados  (JRS). Além de preparatória para o Loyola Mun (simulação de assembleias da Organização das Nações Unidas) que, em 2019,  terá como foco os conflitos migratórios e a questão dos refugiados, a atividade é critério para seleção dos integrantes de um dos comitês mais concorridos, a Agência de Comunicação (AC).

Orientados pela professora de Redação Daiane Pimentel, os estudantes foram instruídos a desenvolver ensaios e roteiros de vídeos a respeito de um assunto que, além de uma vertente do Projeto de Série, é também uma forma de instigar os alunos a atuarem nas fronteiras sociais. A atividade teve como questionamento específico o modo como os jovens poderiam fomentar uma cultura de inclusão, tendo em vista as ações violentas que costumam ser resposta ao medo, à ignorância e ao ódio contra pessoas de identidades antagônicas.

O coordenador da 2ª Série, professor Carlos Freitas, expressou a insistência da Rede Jesuíta de Educação sobre as questões referentes à cidadania global, que é a ideia de que todos têm direito aos princípios de cidadania, e como a RJE tem assumido para si a responsabilidade de atuar nas fronteiras sociais.

O Colégio Loyola, como obra dessa companhia, assumiu essa responsabilidade também. Buscando formas de efetivar esse compromisso, nasce o Loyola Mun, tendo como uma de suas vertentes a questão dos refugiados”, explicou.

Os ensaios e roteiros escolhidos passaram pelos seguintes critérios de seleção: adequação ao tema, consistência argumentativa – destacando aqueles que recorreram a conhecimentos históricos, filosóficos e/ou sociológicos para defender um ponto de vista – e o respeito às características do gênero textual ensaio ou roteiro. Os trabalhos selecionados foram traduzidos para inglês e, no caso dos roteiros, transformados em vídeo.

Apesar de ter um tema em comum, os sete alunos escolheram abordagens diferentes para seus textos. Uma das alunas escolhidas foi a Clara Paes, que optou pela hospitalidade e pelo exercício da cidadania, para construir seus argumentos. “Como cidadãos devemos cobrar da sociedade civil e das autoridades que eles possam reconhecer a riqueza da diversidade humana, incluindo, de forma justa, os refugiados em nosso cotidiano”, sugeriu Clara, a fim de alcançar a inclusão dos refugiados em nossa sociedade.

Já Luíza Decat preferiu pontuar os motivos pelos quais os refugiados saem de seus países, citando alguns casos específicos, como o terremoto no Haiti e a perseguição dos judeus na Alemanha (que se passou na 2ª Guerra Mundial). Outros argumentos também foram utilizados, como no ensaio da aluna Júlia Duarte, que mencionou a falta de empatia e a tolerância, para expressar seu ponto de vista.

Ainda nessa abordagem humana, Luíza Faria referiu-se ao amor e à solidariedade, como tentativa de promover a ideia de que essas pessoas merecem uma vida melhor, já que, eliminando o ódio e sendo solidário, o caminho se torna mais fácil. Leonardo Lanza sugeriu que recorressem ao uso da tecnologia para conectar os nativos com os imigrantes.

Por fim, o ensaio de Ana Liz foi pautado no conhecimento das várias dificuldades que os refugiados enfrentam até entrarem no país de destino, e que, portanto, antes de qualquer julgamento, deve-se considerar o lado do outro. Ela também sugeriu que, através da mídia, que é uma plataforma muito próxima dos jovens, a cultura de inclusão fosse fomentada. Quanto aos roteiros, os dois alunos escolhidos usaram abordagens bem parecidas.

Ainda que o concurso envolva todos os alunos de colégios da RJE entre o 9º Ano e a 3ª Série, a professora Daiane diz estar bem positiva em relação ao resultado dos alunos. “Os trabalhos selecionados desenvolveram o tema do concurso de forma consistente, além de estarem bem estruturados. Tanto os ensaios quanto os roteiros demonstram um acurado senso crítico em relação às questões históricas e geopolíticas, ao mesmo tempo que dirigem um olhar compassivo aos refugiados”, disse Daiane, ao ser questionada sobre o nível dos trabalhos e sobre a chance de os alunos escolhidos chegarem até a final.

Conforme avaliação do coordenador, independentemente dos resultados finais, o projeto já se fez muito importante. Na opinião de Carlos Freitas, ele dispara o Loyola Mun bem no início do ano, criando um conceito por que passará o Projeto de Série. “Ademais, promove o entendimento, por parte dos alunos, de que eles fazem parte de uma rede muito maior, que visa à saída do egocentrismo, de nós mesmos para o outro”, avaliou.

O Loyola Mun teve sua abertura no dia 20 de fevereiro, com uma palestra sobre fenômenos migratórios ministrada por jesuítas. Os nomes dos secretários da edição 2019 já foram escolhidos. O resultado do concurso deve ser divulgado em 1º de maio.